A gente quase não fala dele, quanto mais aqui na terra de "Ai meu Deus!"... É meio que sempre verão, ou sempre inverno - acho que em todo país. Quando criança me ensinaram, que era a estação das folhas que caem, mentira mesmo, deslavada, aqui as cores ficam mais vivas e as folhas mais serelepes. Quando faz sol, é quente - muito quente - e quando chove, é chato - muito chato!
Chuva sensibiliza, cutuca a gente por dentro, parece que sobra tempo pra pensar no que não se pensa. Não repare não, se eu não estiver sendo bem clara, mas pensa aí, pensa! O que tu sente quando chove aquela chuva fria, lenta, garoenta, que te encoraja apenas a se enrolar num cobertor - daqueles de linha de algodão, de quando eu era pequena, quentinho, quietinha.
Ainda bem que não chove pra sempre, e que ah - aqui na terra de "Ai meu Deus!" a chuva vem que vem e vai que vai...
Então, vem que vem esse poema de quem sabe o que diz...
CIDADEZINHA QUALQUER
(Pensem na minha terra, a terra de "Ai meu Deus!" hehehe!)
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
Um beijo gostoso pros que eu gosto muito!
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